quinta-feira, 17 de maio de 2012

Stand by

Nossa, quanto tempo. A inspiração ficou em stand by.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Bons ventos virão!

Estava a espera do vento, cansado de esperar. Tudo por aqui estava como se estivesse no freezer, esperando a data de validade expirar. Muito frio, credo! Somente os olhos não congelaram, além da rigidez, tinha a fraqueza. Nem mesmo o sol derretia, o passar dos dias somente enrijecia ainda mais, e a memória cada vez mais apagada. Querendo paz, se sentindo em paz enquanto tudo acontecia, sendo que o significado é outro. A previsão é de vento, chuva, tempestade.  A notícia é : “Bons ventos virão!”

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

BRINDES

Adoro quando alguém na mesa, depois de todos os copos estarem cheios, convida: “Vamos fazer um brinde!”. Nesta mesma hora quebra o gelo e da a sensação de que foi dado o “start”, agora podemos relaxar, esquecer de tudo um pouco e jogar conversa fora e sem pressa. Eu tenho uma amiga que para ela a cada copo que é reabastecido merece um novo brinde e sempre que estou com ela sou surpreendida com seus alertas:  você esqueceu de brindar, ou,  brindou tem que beber! Nesta hora, mesmo depois de alguns copos, lembro que o momento é de brindar mesmo e de se divertir! E se estamos falando de algo sério, é a hora de mudar de assunto. Sinto saudades de brindar com algumas pessoas, a vida tem passado tão rápido que cada vez mais esta ficando raro ter um convívio freqüente com os amigos e familiares. Mas, o bom da vida mesmo é celebrar este as reuniões quando estas acontecem, sentar em volta de uma mesa e brindar com pessoas queridas, conversar sobre a vida, desabafar, falar de novos projetos, das saudades, até quando papo vira só de besteiras. (hora de finalizar)  Os brindes se tornam cada vez mais freqüentes, intensos, sonoros com os copos se encontrando e colocando em risco a sua integridade. Até que, os brindes começam a serem esquecidos. Amigos, escrevo estas palavras porque deixarei um pouco de lado os brindes, este inverno saudoso e feliz por qual passei, me fez adquirir uns números a mais na balança, tudo por conta dos inúmeros brindes. Me disseram que somente sem os brindes conseguirei eliminá-los. Como ninguém me convida para brindar com água e como para mim é um enorme sacrifico confraternizar sem brindar, começarei a correr no lago do Taboão, comer salada e beber água uma hora antes ou duas depois das refeições. Pensando bem, acho que não vai dar certo, já tentei isso diversas vezes, meu bom humor se revolta, briga comigo e vai pra longe. Afinal de contas, acho lindo o formato do violão e o efeito da sanfona, ao invés de brindar acho que vou oferecer um gole pro santo, uma maneira de continuar confraternizando sem perder a ternura e colaborar com meu regime porque preciso me preparar para o próximo inverno, que este,  já esta acabando. Um Brinde! Saúde! Viva! Tears! Ao Timão! A amizade! Tintim!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O ainda desconhecido

BENDITAS




Composição: Mart’nália - Zélia Duncan



Benditas coisas que eu não sei

Os lugares onde não fui

Os gostos que não provei

Meus verdes ainda não maduros

Os espaços que ainda procuro

Os amores que eu nunca encontrei

Benditas coisas que não sejam benditas



A vida é curta

Mas enquanto dura

Posso durante um minuto ou mais

Te beijar pra sempre o amor não mente, não

mente jamais

E desconhece do relógio o velho futuro

O tempo escorre num piscar de olhos

E dura muito além dos nossos sonhos mais puros

Bom é não saber o quanto a vida dura

Ou se estarei aqui na primavera futura

Posso brincar de eternidade agora

Sem culpa nenhuma

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O FANTASMA DA AVENIDA EUROPA

Zé, um moço que diz ser este o seu nome, e só também, sobrenome ele não sabe se já teve um, faz questão de não ter um passado, imagina que sua cidade natal seja Xique Xique na Bahia, lugar que prometeu nunca mais voltar desde o dia em que passou a maior vergonha da sua vida, a de ter sido abandonado no altar por sua noiva, Cremilda, que era filha de um grande fazendeiro da cidade, seu Raimundo, que além de ser seu sogro, era seu empregador. Tinha a promessa de seu sogro que depois do casamento assumiria a chefia de toda a Boiada. Coitado, perdeu em uma noite, a mulher, o emprego e todo seu sonho de vida confortável e o pior, o culpado de tudo isso foi seu irmão gêmeo, que vendo a sorte grande do irmão, roubo-lhe a noiva e a fez desistir na hora H. Desde então, ficou inconsolável, perdeu a noção da realidade, no mesmo instante resolveu fugir dos olhares dos convidados e da própria vida, anda perambulando por cidades, seu único objetivo é arrumar uns trocados para sua pinguinha, (o que achava ser o remédio do esquecimento) e qualquer coisa que matasse a sua fome. Sempre dorme onde consegue um lugarzinho, pode ser em um banco de praça, embaixo da ponte, ou por onde cai e fica.... Até que um dia, ele veio parar em Bragança Paulista depois de um caminhoneiro o levar na carroceria a mando de um político de uma cidade vizinha que achava que sua presença nos bancos da praça estava deixando-a feia. Chegando à Praça Nove de Julho pediu para ele descer. De lá, ele foi andando até a Avenida Europa e tomou um banho no ribeirão embaixo do bambuzal do campo de futebol dos Ferroviários. Depois de se secar ao sol de fim de tarde, continuou a caminhada e conseguiu entrar em uma construção naquela mesma avenida.

Já havia se passado mais de 15 anos desse acontecido, a desilusão amorosa e financeira, sua família nunca mais teve notícias suas, andava pelas ruas falando sozinho, sempre achava um cachorro que o acompanhasse e todos tinham o mesmo nome, Jégue. Como já estava anoitecendo e tinha uma pinga de reserva na sua sacola começou a procurar naquela avenida mesmo um lugar para dormir. Encontrou uma construção, tirou sua garrafinha de Pitchulinha (pinga) da bolsa, e começou com os goles para esquecer sua própria vida. Quando pensava estar chegando perto do grau do esquecimento, tudo vinha à tona em seus pensamentos e começava a xingar todos os culpados por aquela noite do seu casamento apoiado por seus fantasmas internos com quem conversava e era sempre assim, até o momento em que consegue dormir. Esta noite dormiu pesadamente. Logo pela manhã, foi acordado com a voz de um homem dizendo: O que você está fazendo aqui!? Desde quando esta aqui!? Isto é uma propriedade particular. Você tem que ir embora daqui!

Sua cabeça doía, se sentia como se estivesse em um carrossel, não enxergava de quem era aquela voz, de onde vinha. Não disse nada e voltou a dormir. Quando acordou, deu um salto, pegou suas coisas e foi embora. Acordou com a certeza de que aquele lugar era mal assombrado. Saiu então pelas ruas da cidade de Bragança Paulista a procura de uns trocados para a Pitchulinha da noite e alguém que lhe desse comida. Começou então pelas padarias da cidade, afinal de contas precisava começar pelo café-da-manhã. Uma coisa ele sabia, onde tem praça, tem padaria. Passou a perguntar para as pessoas na rua onde ficava a praça e depois se tinha uma moedinha pra arranjar, dizia que era para completar o valor da passagem de ônibus para poder retornar para sua terra. Perguntado e arranjando umas moedinhas chegou na praça central da cidade e para sua surpresa não havia nenhuma padaria naquela, depois de xingar muito, resolveu perguntar onde ficava alguma outra praça (ao invés de perguntar onde tinha uma padaria) e lhe ensinaram como que se chegava na praça da igreja do Rosário. Achou linda e aconchegante aquela praça. Sentou-se em um banco onde do lado havia um cachorro dormindo, logo fez amizade e lhe chamando de Jegue.

Neste mesmo momento estava passando um senhor que o reconheceu e lhe perguntou:

- Que bom que você saiu da construção e não vai mais voltar lá, né? Você vai arrumar outro lugar para dormir?

Assustado Zé questionou:

- Uhhh “home”, você também conhece o fantasma daquela construção?

O pedestre segurou o riso e disse:

- Conheço sim, é o fantasma que ronda sempre aquela avenida, se chama o fantasma da Avenida Europa e ele disse que se você voltar lá não conseguirá dormir....

Zé não pensou duas vezes e foi logo garantindo para o amigo do Fantasma que lá não voltaria mais, convidou o Jegue para acompanhá-lo e saiu caminhando e foi logo perguntando para as pessoas onde ficava a saída da cidade. De fantasmas já bastava os que diariamente o atormentava, sempre manteve a esperança de que fantasmas fossem coisas de sua cabeça e culpa da “marvada” pinga. Mas, com aquele senhor confirmando a existência queria era logo fugir daquela cidade.

Zé nem percebeu que aquele Senhor não conhecia fantasma algum, que era a própria pessoa que o expulsou da construção, o proprietário.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Amizade de verdade

Fico tão feliz quando encontro pessoas que não vejo há tanto tempo como antigos amigos e tenho a possibilidade de bater um papo, relembrar o passado e ter a sensação de que estamos continuando a conversa que paramos da ultima vez que nos encontramos. Quando no desenrolar da conversa percebo que aquela pessoa continua a mesma, que me trata do mesmo jeito de antigamente, como se nos víssemos com grande freqüência, tudo como antigamente. Quando chama pelo apelido da época. Abraçar este amigo é como matar a saudade do passado. Bom mesmo é poder libertar a nostalgia. Primeiro o assunto começa com a atualização dos acontecimentos do tempo sem contato perguntado o que anda fazendo? Casou? Tem filhos? ..... Depois de um pouco mais de conversa vem a melhor parte, relembrar o passado. Depois juntos chegar a conclusão porque nos distanciamos. A vida da muitas voltas, vidas seguem caminhos diferentes. Sabemos no fundo de quem temos a amizade verdadeira. Então, porque esperarmos que o destino nos proporcione a ocasião se podemos fazê-la? Um singela homenagem ao dia do amigo e também um incentivo.

domingo, 11 de julho de 2010

O divertimento

(Lui plantando Bananeira nas águas do inverno de Ilha Bela)

O divertimento é o direito inato de sua criança interior.
Garanta-o repetidas vezes, para conhecer a descoberta,
o maravilhamento e o deleite.
(Michael Joseph)




sábado, 26 de junho de 2010

Tempo voando com as pipas.

Ontem mesmo Paulinha estava com seu pai e seu irmão na cozinha preparando em um potinho uma porção de farinha de trigo com água. Esta pasta que se formava seria o que chamavam de cola, que servia tanto para colar figurinhas no álbum, recortes no dever de casa, como para confecção de pipas, o que estavam fazendo naquele momento. Em seus seis anos de idade vivia momentos mágicos juntos com seu pai e irmão. Passado mais de trinta anos lembra o quanto se sentia útil nas pequenas missões que lhe passavam.

Durante à tarde, Paulinha tinha ido com sua mãe na papelaria e quando viu aquelas folhas de seda penduradas, como um lençol no varal, logo teve a idéia de fazer pipas à noite, como sempre fazem nas férias de julho. Sua mãe comprou duas cores para ela e duas para seu irmão Ricardo. Chegando em casa, mostrou para o irmão as folhas e logo foram juntos ao final da rua onde havia um matagal com muito bambu, cortaram um e preparam algumas varetas que exigia muito cuidado, tiravam suas farpas e cortaram em dois tamanhos diferentes.

Quando o pai de Paulinha chegou à noite do trabalho, toda matéria prima estava em cima da mesa da cozinha disputando espaço com o jantar, ao perceber o que lhe esperava ele olhou para a mulher que lhe retribuiu com um olhar que indicava que não teria saída e questionou as crianças que lhe preparavam os últimos detalhes:

- Teremos muito trabalho hoje então, crianças? Não tinha como o ar de cansaço de seu trabalho sumir de seu rosto neste momento. Sempre fez questão de estar com seus filhos o máximo de tempo que conseguisse, já que seu pai nunca pode fazer o mesmo por ele.

Paulinha foi logo dizendo:

- Sim, papai!! Hoje quero fazer uma Pipa de duas cores. E Ricardo:

- Eu quero fazer duas, uma de cada cor!

Durante o jantar combinaram por onde iriam começar, o pai, foi perguntando de todos os utensílios que iram utilizar, tesoura, faca, linha n. 10, varetas, saco plástico para a rabiola, papel de seda, cola...Cola? – Ixi, não temos cola pai. Assim, surgiu a primeira tarefa que ficou por conta de Paulinha. Aquele foi um dos jantares mais rápidos e que agradou muito a mãe, Lídia, pois a tempos não via a filha comer toda a comida do prato sem ter que insistir.

Iniciados os trabalhos, começaram com as varetas, tarefa de Ricardo, estavam lisinhas e sem farpas. Enquanto o irmão as segurava em forma de uma cruz o pai as prendia transpassando linha no ponto de encontro das varetas.

Depois, passavam linha por todas as pontas das varetas, após, a Pipa estava pronta para receber o papel de seda. Colocaram então o esqueleto em cima da folha e recortaram o formato da pipa um pouco maior para receber a cola. Chegou a hora da tarefa da Paulinha.

Perto da pia, com o potinho que sua mãe lhe deu, um pouquinho de farinha de trigo branquinha e pouco de água mexia a mistura até virar uma gosma. Enquanto mexia já se imaginava correndo em sua rua, o vento ajudando e sua pipa lá no alto. Olhando ao redor para ver se nenhuma outra pipa se aproximava querendo tirar uma rachinha. Contando para que todos que a sua pipa foi feita em casa.

Hoje, passado todos esses anos, esta com mesmo potinho em suas mãos, uma coisas que levou para sua casa quando casou, porém suas preocupações são outras, as brincadeiras de seus filhos são outras, a saudade é muita e a mistura que hoje prepara não é cola e sim tintura para seus cabelos brancos.



sexta-feira, 28 de maio de 2010

PRISCILA

Priscila, menina moça com seus 17 anos de idade, já tinha seu corpo todo desenvolvido, resultando nas mais desejadas formas. Após descobrir os interesses expressados nas ruas pelos homens, em relação as suas formas, passou a usar roupas que deixassem suas curvas à mostra.


Foi com uma roupa destas que saiu naquela tarde ensolarada bragantina. Foi direito para a praça central. Desceu do ônibus rapidamente para ninguém perceber seu meio de locomoção, depois foi caminhando calmamente pela calçada, escutando “elogios” e diversos assovios. Na frente do prédio San Marino, resolveu fazer uma parada estratégica, decidiu abrir uma bala, mas esta caiu no chão, com categoria e retaguarda, virada para a rua, abaixou para pegá-la, e foi neste momento que escutou metade de um “fiiiiiiiiiu fi.’ seguido de um estrondo.

Este fiu fiu veio de Betão, garotão, ou pelo menos se achava, tinha 39 anos de idade, beirava os quarentão, mas, se vestia e se comportava como se tivesse 20 anos de idade, praticava musculação todos os dias dentro do próprio quarto. Se achava muito esperto, pois desenvolvia suas próprias técnicas de levantamento de peso. Se filmava com sua câmera fotográfica e postava o vídeo no youtube o modo como adquira seus musculos. “Se achava” o garanhão, com a testosterona em ebulição, e não deixava passar despercebida nenhuma mulher na rua. Atirava para todos os lados.

Quando Betão soltou o assobio, e como nem chegou a ser proferido completamente, foi interrompido pelo carro da frente, este que parou devido ao trânsito, e recebeu a pancada por traz do Gol quadrado, branquinho, com par de dados de pelúcia, cor de rosa, dependurados no retrovisor do carro do Betão, que tinha pago somente 18 das 36 parcelas do refinanciamento deste carro. Tinha feito esta divida para comprar um equipamento de som potente para o seu porta-malas. Afinal, alguém tinha que garantir o barulho no Lago do Taboão. Suas próximas economias eram para colocar um “turbo” no motor. Sonhava com o barulho “tchhhhhhhhhhhhhhhhhuiuuuuuuuuuuuuu” ao mudar de marcha. Com a batida soltou em alto e bom som um:

- Putxjahdyg@riu!!!!

Saiu do carro desesperado, aos berros e motorista do carro da frente inconformado com a falta de educação de Betão não se intimidou com seu porte físico e também gritou:

- Que é isso Boy!!??? Além de bater no meu carro, vem com o “pé no peito”? Tu vai te que pagar, mano! E foi logo anotando a placa do carro do Betão, que não ficou quieto:

- Como assim? Você para de repente esta porcaria na minha frente e quer que eu faça milagres?

- Claro, como você, neste carro brega, com estes dados horríveis dependurados no retrovisor e este som no talo iria perceber que o transito parou?

Neste momento Betão virou o Huck, foi a maior de todas as ofensas, ficou verde e partiu para cima de Luizinho. Já havia vários curiosos em volta da discussão e foram contidos por eles quando partiram para a briga física, ate que alguém disse:

- Fica calmo, o seu seguro vai pagar tudo?

Seguro? O orçamento contado não dava para pagar isso não. Nunca nem pensou em ter mais este gasto. Neste momento resolveu ficar quieto, baixar a bola.

Betão percebeu então o quanto estava enrascado. A policia chegou e o informou melhor de tudo dizendo que além do prejuízo do próprio carro, terá que pagar o conserto do carro do Luizinho, pagar o guincho para liberar o carro e isso se a documentação estiver em ordem.

Depois de tudo, viu seu carro indo embora sendo puxado pelo Guincho, Luizinho conseguiu ir dirigindo seu carro, a lateral traseira amassada não afetou muita coisa. Todos teriam que ir para a delegacia. Pegou uma carona no carro dos policiais e quando passava em frente a sorveteria do japonês, escutou um “ Pissssssssssssiu”, quando olhou, era Priscila lhe fazendo um tchauzinho e mandando um beijinho com a ponta dos dedos acompanhado de uma piscadela.